Friday, August 17, 2007

As pessoas que moram na minha cabeça. Capítulo sexto.


A Mariana.

Mora no r/c direito, que tem o quintal. É a terra-a-terra, a bruxinha.
Gosta de plantas, ervas, flores, legumes e frutos.
A sua planta preferida – apesar de gostar de todas, é claro! – é a alfazema. Mete sempre um raminho na agenda, ou dentro dos livros preferidos.
Adora as ervas aromáticas, e fica fascinada pelos jardins ingleses com labirintos e relógios de sol enegrecidos pela chuva e pelo tempo, e pelas aromáticas e coloridas hortas mediterrânicas.
Tem prazer em plantar, ver crescer e colher.
Adora fazer experiências culinárias, explorar os aromas e as sensações das cozinhas de vários locais do mundo, desde o frio norte até ao exótico Oriente, da perfumada cozinha das ilhas do Caribe até à intensidade da culinária árabe, da simplicidade da cozinha grega até à veneração dos alimentos que se sente na cozinha mexicana.
A cozinha é o seu castelo, e o quintal o seu reino (quando efectivamente o tiver, é claro!).
Sabe para que servem a maior parte das plantas, de onde vêm e como se utilizam.
Nega, no entanto, qualquer envolvimento numa lenda urbana a circular na Cruz Vermelha do Carregado, que envolve um tal de Caracol, e uma diminuta quantidade de Pau de Cabinda em pó, que passou por “café com muitas borras, porra!”
Lê todos os livros a que deita a mão, com o desejo de aprender técnicas, segredos e sensações.
Segue as leis dos Antigos Celtas, honra a Natureza e emite boas vibrações a tudo quanto é animal ou criancinha com que se cruza no caminho.
Acha que fica muito bem com a colher de pau na mão, a mexer na panela preta, que mais parece um caldeirão. A Sininho também acha.
Sempre que pode, acende velas pela casa toda, mas o Luis vai atrás a apagá-las. Acho que ficou traumatizado por ela ter pegado fogo à abóbora só com uma velinha pequenita…
Está a contar os dias para a Mary Shelley regressar dos Açores, para se juntarem à Índia e fazer licores, sopa de abóbora com maçã, dónetes, doces de fruta e vinagres com ervas lá da quinta em Celorico.
A sua cozinha imaginária assemelha-se a uma cottage irlandesa, onde é muito agradável de se estar, e onde há sempre uma aconchegante chávena de chá (com um gato) à nossa espera.
Quando está inspirada, ouve dezenas de vezes o cd “Etterna”, da Emma Shaplin, e está a torcer para que, um dia, lhe devolvam o cd “Irish Women” que emprestou.
Também tem um gato preto assanhado tatuado na nádega esquerda, e adora gatos nos parapeitos e na horta – acha que ficam muito bem!


Nota da Autora: mais um episódio da Demanda do Jarro Sagrado disponível nas Linhas Desorientadas!

CAPÍTULO 6 – A SAGRADA FARTURA

Mais uma nota da mesma autora, pois claro, em especial para a Sininho:

QUE RAIO DE RIBATEJANA ÉS TU, QUE ME VENS PERGUNTAR A MIM – QUE AGORA FUI PROMOVIDA A NAZARENA… - ONDE ÉQUE RAIO FICA O ALVIELA???

A sério, até o Tim sabe essa. Vou ver Da Weasel contigo, e tu vens ver Xutos comigo, bora?

1 comment:

sininho said...

É pá! isso dito assim até parece mal, mas alinho nos Xutos!!!!