Wednesday, March 26, 2008

E eis que começamos a compreender de onde vem tudo aquilo que somos.

Não, não estou filosófica. Filosofia é o departamento da Índia.
Estou realista. Estou pasma com a realidade. Estou metaforicamente ajoelhada perante a luz da descoberta divina.
Estou, basicamente, confusa.

Há aquelas alturas na nossa vida em que começamos a ver a nossa própria mãe com outros olhos.
Geralmente, acontece depois de passarmos a cruel barreira dos 30.
Sair de casa é também um bom motivo para desencadear a libertação desses comportamentos ocultos.

No Domingo de Páscoa, eu e o meu irmão (com as mais recentes aquisições familiares) fomos almoçar a casa da minha mãe.
Estive, mais uma vez, a receber instruções de como se faz um pudim de ovos, coisa que sou capaz de fazer até de olhos fechados.
Há aquela parte em que, facultativamente, o chef de serviço pode colocar um pouco de Vinho do Porto.
A minha mãe, em vez de pudim de ovos, optou antes por um pudim de Vinho do Porto.
Obviamente devido à brutal quantidade de néctar que despejou lá para dentro.

Marta - “Ó mãe, não terás exagerado um bocado?”
Senhora Dona Ana Maria, mãe da Marta – “Não, claro que não! Assim é que fica bom!”

Duvidei das suas palavras, porque no momento em que ela me disse isto, estava a lamber convictamente o gargalo da garrafa-de-enfeitar-a-mesa-que-tem-o-Vinho-do-Porto-lá-dentro, e os dedos.

Foi, em termos gerais, um almoço animado.
Ninguém teve aquela tradicional tendência pascal de matar o seu próximo.


2 comments:

bjecas said...

A tua mãe é cá das minhas.

\m/

Post-It said...

:D
E fez a Sra. tua mãe, muito bem!
E umas amêndoazitas de licor, não comeste?
;)