No mês Março, essa colorida época primaveril do renascimento da Natureza e do despertar das hormonas dos malditos adolescentes (nomeadamente os exemplares femininos que choravam que nem Madalenas com o cancelamento do concerto dos Tokio Hotel), regra geral, a previsão do boletim meteorológico para o continente (deserto incluído), oscila entre dias sombrios de Inverno, frios e escuros, com ou sem chuva, e estupendos dias de Verão em que, sim, é possível estar uns momentos agradáveis ao sol, e quiçá apanhar um bruto escaldão, daqueles em que um incauto fica com o aspecto de uma lagosta bem cozida.
Em Peniche, regra geral, o tempo manifesta-se sempre por aquilo que os especialistas mais conceituados designam por “merdoso”.
É mesmo essa a palavra.
Nortada forte e cortante de cegar uma pessoa que leve com o vento de frente nos olhos, frio durante a maior parte do ano, humidade vinda do mar, que, por aqui, há em variados lugares, nuvens carregadas que aparecem de repente da zona da costa (qualquer uma delas ou, o que é mais divertido, pelo menos para o S. Pedro, de várias ao mesmo tempo!), rajadas súbitas e constantes que quase nos arrancam do chão, tudo isto é perfeitamente habitual por estes lados.
Ao fim de uns quantos meses, uma pessoa habitua-se. Ou quase. Ou não.
O que é certo é que ontem, num dia em que, se estivesse em Lisboa, há um ano atrás, eu consideraria”merdoso com’ó caraças”, olhei para ele e, regra geral, até me pareceu um dia agradável…
1 comment:
Ah pois...
Estás aqui muito perto das Ostras.
Peniche, Nazaré, São Pedro de Moel... Terras bem engraçadas e com praiaaa!
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