A realidade atingiu Maria Olegária como um torpedo iraquiano, ao ver nos Gatos Fedorentos desse Domingo a imagem que carregava na mente há mais de duas semanas – a do seu primo Marco António (cujo nome artístico era Marco Paulo), numa fotografia que caira de um velho livro de receitas.
Sim, que todos temos um primo que é um grande artista, e Maria Olegária não era diferente dos outros.
Não podia ser coincidência! No mesmo programa falavam ainda do seu – até então – desconhecido irmão!
Alguma coisa tinha de ser feita! E ela era a única a conhecer a verdade.
Bem se lembrava de ver os dois, gaiatos ainda, a correr pelas veredas, a tropeçar no canteiro dos tomates e a cair nas silvas do Ti Jaquim. Sempre da mesma maneira.
Eram mesmo estúpidos, francamente!!
Mas as linhas do destino trocaram-se, e mandaram estes dois irmãos amantíssimos em direcções diferentes: um para a frente e outro para trás.
O David meteu-se no barquito do Ti Jaquim, perdeu-se na corrente e nunca mais foi visto. O facto de não ter levado os remos é capaz de ter feito diferença.
Escreveu um postal dois meses depois, de uma tal vila de Los Angeles, não sei onde fica, deve ser ali para os lados de Sesimbra, onde começou a fazer filmes, porque gostaram dos seus caracóis negros e do seu ar agreste e abrutalhado. Teve foi de mudar de nome, por fins artísticos, e agora chamava-se David Ass Off, em vez de David Ronaldo.
Ia, em breve, entrar numa série sobre nadadores salvadores da equipa de natação do Benfica, e achava que ia ficar muito famoso por causa disso.
Por acaso, até ficou, mas foi obrigado a fazer muita coisa indecente até chegar ao reconhecimento como actor de qualidade – até o obrigaram a andar com um fato de cabedal justo e a falar com um carro…
O Marco António, com o desgosto de ter perdido o querido irmão no mar, deu para cantar em bares, e desde aí nunca mais foi o mesmo.
Lá percebeu que dar o nome de uma rapariga a uma canção era coisa que até vendia e hoje em dia é tão famoso como o seu irmão, mas os fatinhos à bimbo que usava eram mesmo escolha pessoal…
Maria Olegária lá limpou novamente as lágrimas de emoção ao pano da loiça, beijou as fotografias em convulsões, limpou-lhes o ranho e a baba, e meteu-as no envelope, rezando a Santo António que juntasse em breve estes dois irmãos e, já agora, que lhe mandasse um marido, que já era quase 13 de Junho outra vez e há mais de 40 anos que ela estava à espera…
Sim, que todos temos um primo que é um grande artista, e Maria Olegária não era diferente dos outros.
Não podia ser coincidência! No mesmo programa falavam ainda do seu – até então – desconhecido irmão!
Alguma coisa tinha de ser feita! E ela era a única a conhecer a verdade.
Bem se lembrava de ver os dois, gaiatos ainda, a correr pelas veredas, a tropeçar no canteiro dos tomates e a cair nas silvas do Ti Jaquim. Sempre da mesma maneira.
Eram mesmo estúpidos, francamente!!
Mas as linhas do destino trocaram-se, e mandaram estes dois irmãos amantíssimos em direcções diferentes: um para a frente e outro para trás.
O David meteu-se no barquito do Ti Jaquim, perdeu-se na corrente e nunca mais foi visto. O facto de não ter levado os remos é capaz de ter feito diferença.
Escreveu um postal dois meses depois, de uma tal vila de Los Angeles, não sei onde fica, deve ser ali para os lados de Sesimbra, onde começou a fazer filmes, porque gostaram dos seus caracóis negros e do seu ar agreste e abrutalhado. Teve foi de mudar de nome, por fins artísticos, e agora chamava-se David Ass Off, em vez de David Ronaldo.
Ia, em breve, entrar numa série sobre nadadores salvadores da equipa de natação do Benfica, e achava que ia ficar muito famoso por causa disso.
Por acaso, até ficou, mas foi obrigado a fazer muita coisa indecente até chegar ao reconhecimento como actor de qualidade – até o obrigaram a andar com um fato de cabedal justo e a falar com um carro…
O Marco António, com o desgosto de ter perdido o querido irmão no mar, deu para cantar em bares, e desde aí nunca mais foi o mesmo.
Lá percebeu que dar o nome de uma rapariga a uma canção era coisa que até vendia e hoje em dia é tão famoso como o seu irmão, mas os fatinhos à bimbo que usava eram mesmo escolha pessoal…
Maria Olegária lá limpou novamente as lágrimas de emoção ao pano da loiça, beijou as fotografias em convulsões, limpou-lhes o ranho e a baba, e meteu-as no envelope, rezando a Santo António que juntasse em breve estes dois irmãos e, já agora, que lhe mandasse um marido, que já era quase 13 de Junho outra vez e há mais de 40 anos que ela estava à espera…
3 comments:
LOL! sempre achei que esses dois são a tromba um do outro!
OMG, eles são assustadores.
É que nem a miúda do exorcista...:P
Miaus!
Bem me parecia que conhecia o amiguito do Kit de algum lado...!
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