Porquê?
Quando a pergunta mais evidente se torna: “Preferes punir uma mulher irresponsável e fria, que mesmo com acesso a informação e a meios para se proteger escolhe de livre vontade destruir a vida do seu filho, ou condenar à morte uma criança indefesa, sem poder de decisão e a quem não é perguntada a opinião, a resposta é bastante óbvia...
Se quiserem “dar direitos às mulheres” (e agora reparem! Sim, estamos a usar uma expressão subtilmente medieval!), em vez de lhe “dar o direito a remediar o mal que já está feito” – e no qual ela não é a única vítima, diga-se de passagem – dêem-lhe antes o direito à informação, aos meios para se proteger e à instrução ao longo da vida que lhe permita tornar-se responsável pelos seus actos e a ponderar as suas decisões e as suas acções com um mínimo de maturidade.
Para dizer a verdade, penso que se uma mulher tem de fazer um aborto, é ético que seja num local que tenha condições e por pessoas com as devidas competências (tendo em conta que este não é o lema da maioria dos hospitais portugueses...), mas tenho muito pouca confiança na capacidade dos portugueses em usar este “poder” de forma correcta, ou minimamente equilibrada.
Acredito que muita gente o faça usando a desculpa de já ter o quarto pintado de azul e afinal vir para aí uma menina, ou porque anda na rambóia à maluca e não se preocupa em levar preservativo, porque já sabe que depois se “desenrasca” – tem a pílula do dia seguinte, ou faz um abortozito.
Pode parecer irreal, mas conheço pessoas que têm as atitudes a que me refiro no 2º caso... e são pessoas com conhecimento de causa – que sabem que está errado, que é perigoso mesmo para a saúde delas, e que mesmo assim voltam a fazê-lo.
Por isso, acho muito bonito quererem dar condições às pessoas e tal, mas não me peçam para acreditar nelas...
E não achem que é por causa disto que este blog se torna numa coisa séria e ajuizada, com pés e cabeças!! Isso queriam vocês!!